A flexibilidade: O pilar esquecido pelo fitness!?
Hoje em dia, o exercício físico está na moda: treinos de força e alta intensidade dominam os ginásios e as redes sociais. Corpos fortes e definidos são o objetivo, e “fitness” parece sinónimo de levantar pesos ou correr quilómetros.
Práticas como o yoga e o pilates, muitas vezes vistas como meros extras, são, na verdade, pilares para um corpo saudável e funcional. E a ciência confirma: não basta ser forte — é preciso movermo-nos bem, com leveza e sem dor.
O que é a flexibilidade?
A flexibilidade é a capacidade de um músculo se alongar e de uma articulação se mexer livremente no seu alcance natural. Passamos tantas horas sentados ou a repetir os mesmos gestos que, com o tempo, o corpo fica mais rígido. Já sentiste aquela dor nas costas ao levantar-te da cadeira? Pode ser um sinal.
A ciência mostra que uma boa flexibilidade:
Reduz o risco de lesões (músculos encurtados rasgam-se mais facilmente);
Melhora a postura e o alinhamento do corpo;
Alivia dores musculares e articulares;
Ajuda na circulação sanguínea;
Relaxa e reduz o stress;
Melhora o desempenho em qualquer desporto.
Até o treino de força ajuda
Um estudo recente (2024), publicado no British Journal of Sports Medicine, analisou vários ensaios clínicos e descobriu algo surpreendente: o treino de resistência (como musculação) também pode melhorar a flexibilidade — tanto quanto os alongamentos tradicionais, em alguns casos.
Ou seja, levantar pesos com boa técnica e amplitude de movimento pode ser tão eficaz como fazer alongamentos estáticos.
No entanto, isso não substitui práticas como o yoga e o pilates, que oferecem benefícios únicos — especialmente para a mente e o sistema nervoso.
Yoga: corpo, respiração e consciência
O yoga é muito mais do que alongamentos. Esta prática milenar combina movimento, respiração e atenção plena. Estudos mostram que melhora a flexibilidade, o equilíbrio e até a saúde mental.
Por exemplo, a Harvard Medical School destaca que o yoga reduz o cortisol, a hormona do stress. Experimenta a “Postura da Criança” — simples, mas alivia logo a tensão nas costas.
Pilates: controlo, força e mobilidade
Criado no século XX por Joseph Pilates, o pilates foca-se no fortalecimento do core (zona abdominal e lombar), na postura e no movimento consciente.
Um estudo do Journal of Bodywork and Movement Therapies mostrou que, em apenas 8 semanas, adultos sedentários ganharam flexibilidade nas costas e pernas.
É ideal para quem procura força e mobilidade num só treino.
A flexibilidade não precisa de ser só yoga ou pilates
Embora o yoga e o pilates sejam excelentes formas de melhorar a flexibilidade, a verdade é que não são as únicas opções. Exercícios de alongamento simples e eficazes podem ser feitos em casa, no trabalho ou mesmo durante um treino de força.
Existem muitos exercícios de alongamento que podem ajudar a aumentar a mobilidade das articulações e a elasticidade dos músculos, sem a necessidade de um treino estruturado de yoga ou pilates. O importante é dedicar alguns minutos por dia para alongar, respeitando o teu corpo e os teus limites.
Porque é que estas práticas continuam subvalorizadas?
Apesar de todos os benefícios comprovados, o yoga e o pilates continuam a ser deixados de lado, muitas vezes eclipsados pelos treinos intensos que prometem resultados rápidos. Existe a ideia errada de que estas práticas são apenas para relaxamento. No entanto, ambas exigem foco, disciplina e uma força verdadeira, que vai além do físico — é um trabalho consciente do corpo e da mente.
Juntar yoga ou pilates à tua rotina não é só “ficar mais elástico” — é ganhar um corpo funcional, uma mente tranquila e uma vida com mais qualidade.
Mesmo 10 minutos por dia já fazem diferença. O segredo? Consistência.
Dica prática
Queres começar em casa? Recomendo o canal Breathe and Flow no YouTube. Com uma vasta playlist, desde os primeiros passos até sequências mais avançadas, é adequado para todos, independentemente do sexo ou nível de experiência.