A relação pouco falada entre a alimentação e a proteção solar
Quando pensamos em proteger a pele do sol, a primeira opção costuma ser aplicar protetor solar. Mas a ciência mostra que essa não é a única forma de defesa: a alimentação — sobretudo o tipo de gordura que consumimos — também influencia a forma como a pele reage à radiação ultravioleta (UV) e pode alterar o risco de queimaduras.
O impacto das gorduras na resposta ao sol
Estudos demonstraram que dietas ricas em gordura tornam a pele mais vulnerável aos danos causados pela radiação UV, acelerando a formação de tumores cutâneos. Mas não é apenas a quantidade de gordura que importa — o tipo de ácido gordo tem um papel decisivo.
Ómega-6 em excesso — presente em óleos vegetais refinados como soja, milho, girassol ou sementes industriais — está associado a uma maior resposta inflamatória. Essa inflamação facilita o stress oxidativo provocado pelos raios UV e aumenta o risco de carcinogénese cutânea.
Ómega-3 — encontrado em peixes gordos (salmão, sardinha), sementes de linhaça ou nozes — tem efeito anti-inflamatório e pode reduzir significativamente os danos solares.
Esta diferença mostra que não são apenas os protetores externos que contam. O ambiente metabólico criado pela alimentação condiciona a capacidade da pele se proteger e recuperar dos danos provocados pelo sol.
A influência dos lípidos aplicados na pele
A ciência também mostra que os lípidos usados em produtos cosméticos influenciam a resposta cutânea à radiação. Num estudo em pele humana com a barreira fragilizada, a aplicação de diferentes gorduras em cremes hidratantes alterou a intensidade da reação à exposição UV.
Isto indica que a composição lipídica — quer vinda da dieta, quer aplicada diretamente na pele — modula a forma como esta reage ao sol.
Mais do que protetor solar
Os resultados destes estudos apontam para uma conclusão importante: a proteção solar não depende apenas do que colocamos sobre a pele, mas também do que colocamos dentro do corpo.
Reduzir o consumo de óleos vegetais refinados pode diminuir a inflamação e a sensibilidade ao sol.
Aumentar a ingestão de fontes de ómega-3 pode fortalecer as defesas naturais da pele.
A escolha de produtos tópicos com lípidos adequados pode reforçar a barreira cutânea.
Proteção solar: mais do que protetor
A proteção solar resulta de vários fatores que atuam em conjunto. A exposição responsável ao sol, a utilização adequada de protetor e uma alimentação equilibrada — especialmente no que diz respeito ao tipo de gorduras consumidas — podem, em conjunto, apoiar a saúde da pele e melhorar a sua resposta aos raios UV.
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