Maratona 2025: dos 2km aos 42km – O primeiro mês
Quase um mês completo de desafio e com a primeira corrida de 8km dos últimos 7 anos.
Comecei este desafio com 2km por dia — algo que já fazia há 825 dias sem falhar. O corpo estava habituado, quase condicionado, a essa distância. Por isso, quando corri pela primeira vez 4km, foi até agora a corrida mais difícil. Não pelo número em si, mas porque saí da zona de conforto que o corpo tinha como normal.
Curiosamente, desde essa corrida de 4km, nunca mais senti tanta dificuldade. Parece que o corpo, mesmo com os seus limites, tem memória. A cada corrida, sinto que há algo dentro de mim que reconhece o esforço já ultrapassado e vai-se adaptando.
Aos 33 anos, com mais 8kg do que quando tinha 25, noto sinais claros que não posso ignorar: a importância de bons alongamentos no final, atenção à postura e uma recuperação cuidada para estar a 100% no dia seguinte. Posso ignorar tudo isso e ainda assim estar “relativamente bem”. Mas estar mesmo bem, para mim, tem muito mais valor.
Se tivesse de desconstruir o que é preciso para correr longas distâncias, diria:
10% estar em forma
10% nutrição
10% respirar bem
70% mental
Durante a corrida, quando penso em algo que me entusiasma — um objetivo, um momento — noto um boost imediato na performance. Como se o corpo recebesse um sinal de que vale a pena dar mais, por um melhor percurso, por um melhor resultado, daí a importância da parte mental.
A única parte menos positiva, para mim, são os joanetes. Tenho sido cuidadoso ao longo dos anos, mas sei que este desafio vai agravar um pouco a situação. O impacto no corpo é real e não pode ser ignorado. Mas, por agora, tudo bem. Sigo consistente, e com respeito pelo corpo.