McDonald’s Investe 200 Milhões USD em Práticas Regenerativas: um Sinal de Mudança?
O McDonald’s anunciou que vai investir 200 milhões de dólares nos Estados Unidos, ao longo de sete anos, para promover práticas de agricultura regenerativa em explorações de bovinos.
O que são práticas regenerativas?
Em traços gerais, tratam-se de métodos de produção agrícola que visam:
conservar a água;
melhorar a saúde do solo;
diminuir o uso de produtos químicos e fertilizantes sintéticos;
mover o gado frequentemente, permitindo que o terreno “descanse” e a vegetação regenere, favorecendo raízes mais profundas e maior captura de carbono.
O objetivo é aplicar estas práticas em explorações de gado bovino que somam cerca de (≈1,6 milhões de hectares) em 38 estados americanos. Além disso, a empresa vai trabalhar com fundações que distribuirão subsídios competitivos a organizações e produtores interessados em aderir a este modelo.
Porque é que isto é relevante?
McDonald’s é uma empresa gigantesca no sector do fast food, com cadeias de abastecimento globais e impacto ambiental significativo. Quando uma marca desta dimensão anuncia medidas para reformular práticas agrícolas, mesmo que parcialmente, isso pode:
Revelar pressão social, regulatória ou de mercado – consumidores, ONG’s, governos e investidores exigem cada vez mais sustentabilidade e redução de impacto ambiental.
Criar efeito de escala – se grandes empresas exigirem ou financiarem práticas mais sustentáveis, isso acelera a adoção.
Testar modelos viáveis – avaliar se a agricultura regenerativa é economicamente sustentável em larga escala.
Gerar benefícios ambientais reais – maior sequestro de carbono, redução da erosão, mais biodiversidade e melhor conservação da água.
Mas será que é um “nunca” virar totalmente?
É importante não esquecer que:
Empresas como a McDonald’s sempre priorizaram preço, rapidez e padronização. O modelo de fast food dificilmente privilegiou alimentos “mais saudáveis” ou produzidos de forma regenerativa, pela questão dos custos e logística.
Há riscos de greenwashing: grandes anúncios de sustentabilidade que, no fim, representam mudanças modestas face ao impacto global da empresa.
Reflexões finais
Pode parecer surpreendente ouvir que uma cadeia de fast food, símbolo da industrialização alimentar, esteja a investir em práticas regenerativas. Mas talvez seja reflexo de algo maior:
A perceção pública sobre sustentabilidade está a mudar.
Regulamentações ambientais estão a apertar.
Investidores valorizam cada vez mais critérios ESG (ambientais, sociais e de governança).
Isto não significa que, de repente, os produtos da McDonald’s vão ser “saudáveis” no sentido de menos processados ou com melhores ingredientes. Mas mostra que até as maiores multinacionais do fast food sentem necessidade de se adaptar.
É um passo – ou talvez vários passos – na direção certa.
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