Mel: um Superalimento Funcional
Durante anos, o mel foi visto apenas como um adoçante “mais saudável”. Mas a ciência revela algo bem mais interessante: o mel cru é um verdadeiro superalimento funcional, com efeitos positivos na saúde metabólica, imunidade, cicatrização e até nos níveis hormonais.
Atenção: não falamos do mel processado do supermercado, mas sim do mel cru, natural e não filtrado — tal como sai da colmeia.
O que diz a ciência?
1. Mel e cicatrização de feridas: o antibiótico natural
Estudos robustos, incluindo uma revisão sistemática publicada em 2022, confirmam a eficácia do mel cru no tratamento de feridas. Ele atua como um antibiótico natural, com propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias e cicatrizantes.
Como funciona:
Cria um ambiente húmido que favorece a regeneração da pele
Inibe bactérias como o Staphylococcus aureus
Estimula a formação de novo tecido
Por isso, o mel (sobretudo o de Manuka ou de abelhas nativas como a Melipona) já é usado em contextos hospitalares para tratar úlceras, queimaduras e cortes infetados.
2. Mel e saúde metabólica
Ao contrário do açúcar refinado, o mel cru não desregula o metabolismo de forma agressiva. Pelo contrário, os estudos mostram que pode:
Reduzir a glicemia em jejum
Baixar os triglicéridos e o colesterol LDL
Diminuir marcadores inflamatórios como a proteína C reativa e a homocisteína
Um ensaio clínico de 8 semanas em pessoas com diabetes concluiu que o mel não piora a glicemia — e até melhora alguns indicadores lipídicos, quando comparado com açúcar ou adoçantes artificiais.
3. Mel, inflamação e microbiota intestinal
Em vários estudos, incluindo com ratos, o mel cru demonstrou:
Modular a microbiota intestinal
Reduzir inflamação de baixo grau provocada por frutose ou sacarose
Ou seja: o mel cru alimenta as bactérias boas do intestino e protege contra os efeitos das dietas modernas inflamatórias.
4. Mel e sono: uma colher antes de dormir?
Tomar uma colher de mel cru antes de dormir pode melhorar a qualidade do sono. Embora os estudos clínicos ainda sejam limitados, os mecanismos por trás deste efeito já são bem compreendidos:
Estimula a produção de triptofano, que dá origem à serotonina e à melatonina (hormona do sono)
Estabiliza os níveis de glicose durante a noite, evitando picos ou quebras que podem acordar o corpo
Apoia o fígado na produção de glicogénio, garantindo energia constante
Para quem acorda com fome ou em stress durante a noite, esta prática pode mesmo ajudar a melhorar o sono.
5. Mel e testosterona
Há estudos (ainda maioritariamente em animais) que mostram que o mel cru pode:
Reduzir o stress oxidativo nos testículos
Aumentar a produção natural de testosterona
Inibir a aromatase, enzima que converte testosterona em estrogénio
Ou seja, o mel cru pode ter um efeito androgénico, ajudando a preservar níveis hormonais saudáveis — essenciais para a vitalidade, libido e desempenho físico.
6. Açúcar vs. Mel: o impacto na glicemia
O mel contém glicose e frutose. Mas, ao contrário do açúcar refinado, o mel vem numa matriz natural rica em enzimas, antioxidantes, aminoácidos e compostos bioativos que modulam a resposta glicémica.
Num teste comparando mel e açúcar branco, o mel provocou um pico glicémico mais baixo e mais controlado.
Uma colher de mel cru pode ser medicina
O mel cru não é apenas doce — é funcional e terapêutico:
Antibacteriano e cicatrizante
Anti-inflamatório
Regulador metabólico
Modula a microbiota intestinal
Possível potenciador hormonal
Aliado natural do sono
Importante: tudo isto refere-se a mel cru, local, não pasteurizado e sem aditivos — não ao mel processado de supermercado, muitas vezes aquecido, filtrado e adulterado.
Fontes:
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Raw honey is well-known for its wound healing and anti-bacterial properties
Honey and my blood sugar. How does it affect my glucose level and how does it compare with sugar?
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