Pesticidas e Parkinson: o risco pode estar mais perto do que pensamos

Um estudo recente nos EUA associou viver perto de campos de golfe a um maior risco de Parkinson, apontando pesticidas como paraquat e clorpirifós como possíveis responsáveis. Estes químicos podem afetar neurónios que produzem dopamina.

No entanto, há limitações importantes: o estudo não mediu pesticidas na água, solo ou ar, nem considerou onde as pessoas viviam anos antes dos sintomas. Ou seja, mostra uma associação, não uma prova de causa.

E em Portugal?

Em Portugal, talvez devêssemos olhar menos para os relvados e mais para as vinhas, os pomares, os olivais e as estufas que nos rodeiam.
Os pesticidas agrícolas podem ser diferentes dos usados em campos de golfe — incluem inseticidas, fungicidas e herbicidas — mas a exposição ocorre de forma semelhante: pelo ar, água de poço ou contacto com solo e poeiras agrícolas.

Portugal está entre os países europeus que mais pesticidas consome por hectare, e muitas pessoas vivem ou trabalham perto dessas áreas.

O que a ciência já mostrou

A evidência científica indica que a exposição prolongada a pesticidas aumenta o risco de Parkinson. Alguns compostos, como paraquat e rotenona, são neurotóxicos comprovados, e outros afetam diretamente os neurónios do controlo motor. O perigo é cumulativo: pequenas doses repetidas ao longo dos anos podem causar efeitos que só surgem décadas depois.

O que podemos fazer

Não se trata de parar a agricultura, mas de reduzir o uso de pesticidas e adotar técnicas de controlo mais seguras, como alternativas biológicas.

O estudo dos campos de golfe nos EUA é um sinal de alerta. Em Portugal, o risco pode estar nos campos que nos alimentam todos os dias — e ainda não sabemos se os pesticidas agrícolas terão o mesmo efeito.

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