Grounding: Como andar descalço pode melhorar a tua saúde

A vida moderna tem nos afastado da natureza. Passamos a maior parte do tempo em ambientes artificiais, calçados e distantes do solo. No entanto, práticas como andar descalço, grounding (ou earthing) têm vindo a chamar a atenção pelos seus potenciais benefícios para a saúde. A ideia por trás do grounding é simples: ao entrar em contacto direto com a Terra, o nosso corpo absorve elétrons livres que podem ajudar a equilibrar funções internas e promover o bem-estar.

O que é Grounding?

Grounding é o ato de estabelecer uma ligação física com a superfície terrestre – seja ao andar descalço na relva, na areia ou em contacto com água. A Terra carrega uma carga elétrica negativa e a teoria sugere que, ao tocá-la, absorvemos elétrons que neutralizam o excesso de radicais livres no nosso corpo. Estes radicais, quando em desequilíbrio, podem provocar inflamações e outros problemas de saúde. Assim, o grounding seria uma forma de "recarregar" o nosso sistema de maneira natural.

Benefícios potenciais do Grounding

Pesquisas iniciais e relatos sugerem que esta prática pode trazer benefícios reais. Aqui estão alguns dos mais discutidos:

  • Redução da inflamação
    Um estudo publicado no Journal of Inflammation Research aponta que o grounding pode reduzir a inflamação ao neutralizar radicais livres e regular a resposta imunológica. Isto abre portas para o seu uso como uma estratégia complementar no tratamento de condições inflamatórias crónicas, como a artrite ou dores musculares.

  • Melhoria na qualidade do sono
    Dormir melhor pode estar a um passo (descalço) de distância. Segundo o Journal of Alternative and Complementary Medicine, o contacto com superfícies naturais ajuda a estabilizar os níveis de cortisol – o hormônio do stresse – promovendo um sono mais profundo e reduzindo as interrupções noturnas.

  • Diminuição da viscosidade sanguínea
    A saúde cardiovascular também pode melhorar. Pesquisas do mesmo jornal indicam que o grounding reduz a viscosidade do sangue, melhorando a sua fluidez. Isto pode diminuir o risco de coágulos e problemas como trombose, proporcionando um apoio natural ao coração.

  • Alívio do jet lag e melhoria do humor
    Pessoas que viajam frequentemente, como o biohacker Dave Asprey, relatam que o grounding após voos longos ajuda a combater o jet lag. Além disso, um estudo publicado na Psychological Reports sugere que a prática pode reduzir o stresse e melhorar o humor, possivelmente devido à sua influência no sistema nervoso autónomo.

  • Possível redução da pressão arterial
    Estudos de caso publicados na Revista Explore indicam que o grounding pode reduzir a pressão arterial em pessoas hipertensas de forma segura. Acredita-se que este efeito seja causado pela ação calmante sobre o sistema nervoso, ajudando o corpo a relaxar e a equilibrar-se.

Embora os estudos sobre o grounding sejam promissores, muitos ainda carecem de maior rigor metodológico. Isto significa que, embora os benefícios sejam plausíveis, não são uma unanimidade na comunidade científica – e é prudente abordá-los com um olhar crítico. No entanto, andar descalço na terra, na relva ou na areia é uma prática acessível, sem risco, que nos conecta com a natureza. Seja pelos possíveis efeitos fisiológicos ou pelo simples prazer de sentir o chão sob os pés, incorporar o grounding na nossa rotina pode ser um pequeno, mas significativo, passo para o nosso bem-estar geral.

Fontes:

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