Leites vegetais: alternativa saudável ou marketing bem embalado?

Nos últimos anos, os leites vegetais invadiram os supermercados e os cafés. São vistos como uma alternativa “mais saudável”, ao leite de animal. Mas será mesmo assim? E o leite de animal— é para evitar ou será que, como alguns defendem, o leite cru (raw) pode ser uma opção melhor?

O problema dos leites vegetais processados

Muitos leites vegetais não são tão “limpos” como parecem. Uma leitura rápida dos rótulos mostra:

  • Óleos vegetais refinados (como girassol e colza), ricos em ómega-6 inflamatório;

  • Espessantes e estabilizantes para dar textura;

  • Vitaminas sintéticas e pouco absorvíveis;

  • Açúcares escondidos sob nomes técnicos;

  • E, por vezes, menos de 3% do ingrediente original (ex: amêndoa ou aveia).

Ou seja, muitos “leites vegetais” são mais parecidos com refrigerantes de saúde do que com alimentos de verdade.

E o leite animal?

Durante anos, o leite animal foi apontado como vilão: problemas digestivos, intolerância à lactose, acne, inflamação. Mas é importante distinguir entre:

  1. Leite processado, industrial, homogeneizado e pasteurizado — é o mais comum e sim, pode causar problemas a muitas pessoas;

  2. Leite cru (raw milk) — o leite não pasteurizado, de vacas criadas em boas condições, alimentadas a pasto.

O que dizem os defensores do leite cru?

Alguns especialistas e comunidades que seguem dietas mais naturais (como Paul Salaino, biohackers como Dave Asprey, entre outros) defendem que:

  • O leite cru mantém enzimas naturais (como a lactase), que ajudam a digerir o próprio leite;

  • Tem bactérias benéficas que ajudam o sistema imunitário e o intestino;

  • É mais rico em vitaminas A, D, K2 e CLA (um tipo de gordura com benefícios anti-inflamatórios), especialmente se vier de vacas alimentadas a pasto;

  • Pode ser melhor tolerado por pessoas que não se dão bem com o leite industrial.

Mas atenção: o leite cru não é permitido para venda em muitos países, incluindo Portugal, por questões de segurança alimentar. O risco de contaminação existe — por isso, se for consumido, deve vir de produtores de confiança e com condições rigorosas de higiene.

Qual é a melhor opção?

A verdade é que não há uma resposta única. Tudo depende do teu corpo, sensibilidade, valores e acesso:

  • Se optas por leite vegetal, escolhe versões sem óleos, sem aditivos e sem açúcar. Ou faz o teu próprio em casa.

  • Se toleras bem o leite e tens acesso a leite cru de confiança, pode ser uma opção interessante, com um perfil nutricional completo.

  • Se compras leite de vaca normal, tenta optar por biológico e de vacas alimentadas a pasto — é mais nutritivo e menos inflamatório.

A ideia de que “vegetal é melhor” nem sempre se confirma. Muitos leites vegetais são processados, cheios de ingredientes que pouco têm de natural. Já o leite animal, apesar de ter má reputação, pode ser nutritivo, sobretudo na sua forma mais natural (crua e de qualidade).

Como sempre, o mais importante é sermos consumidores informados. E lembra-te: o marketing vende saúde, mas só os rótulos dizem a verdade.

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