Porque deixei de beber álcool

Durante muito tempo, beber fazia parte da minha rotina. Em Portugal, o álcool está tão enraizado na cultura que é quase um “lubrificante social”: vinho ao almoço, cerveja ao final do dia, vinho ao jantar. A mudança começou há algum tempo — e hoje percebo, e sobretudo sinto, o impacto que um simples copo tem no meu corpo, no sono e na saúde em geral.

O impacto na minha saúde

Mesmo o consumo moderado tem efeitos que raramente se discutem: o álcool é uma toxina para o fígado, perturba o sono, causa inflamação e pode acelerar o envelhecimento celular. Estudos recentes, incluindo os divulgados por investigadores como Andrew Huberman, mostram que o álcool pode reduzir a massa cinzenta do cérebro — a área ligada à memória, autocontrolo e tomada de decisões.

E o mais preocupante? Estes efeitos não acontecem apenas com consumo excessivo — mesmo beber "socialmente", uma ou duas vezes por semana, tem impacto mensurável.

Pessoalmente, percebi que o meu sono nunca era verdadeiramente reparador — acordava cansado e com a mente lenta. E sendo o sono a base da nossa saúde e bem-estar, não é inteligente prejudicá-lo voluntariamente.

A saúde mental e emocional

O álcool cria uma sensação artificial de segurança social — uma autoconfiança que não é genuína. Sei que pode ser difícil socializar sendo das poucas pessoas que não bebe ou fuma. E sim, haverá momentos em que me sentirei à parte. Mas também acredito que estes hábitos são, para muitos, passageiros — e que, eventualmente, a nova forma de socializar será mais “autêntica”, sem a necessidade de substâncias nocivas.

E há outra verdade menos falada: o álcool não resolve desconforto social — ele cria dependência emocional dele. A insegurança regressa sempre que não bebemos. Isso é uma prisão disfarçada de prazer.

O que ganhei ao deixar o álcool

Desde que parei de beber, sinto-me com mais energia, mais foco e mais presença. O meu corpo recupera melhor, o sono melhorou, e a minha mente está mais tranquila.

Quanto mais hábitos positivos incorporamos nas nossas vidas, mais fácil se torna libertarmo-nos daqueles que já não nos servem. Cada um faz o seu caminho à sua maneira, mas acredito que, mais cedo ou mais tarde, para a maioria a mudança não será uma escolha voluntária, mas sim uma necessidade imposta por problemas de saúde.

Fontes:

Shorts:

Anterior
Anterior

Leites vegetais: alternativa saudável ou marketing bem embalado?

Próximo
Próximo

Uma pastilha. 3.000 microplásticos.