3 meses depois: feedback de quem voltou a correr para uma Maratona
Quase três meses depois de ter voltado a correr com o objetivo de completar uma maratona em 2025, deixo aqui o feedback — escrito logo após ter completado 16 km.
Como já referi antes, a última vez que corri uma maratona levava menos 10 kg e... menos 10 anos nas pernas. E isso fez-se notar. Este recomeço tem sido mais desafiante do que imaginava. Apesar de ter corrido 2 km por dia, todos os dias, durante 830 dias consecutivos, a verdade é que isso não preparou o corpo — nem a mente — para distâncias mais longas.
As primeiras grandes barreiras
Encontrei duas: os 4 km e, depois, os 10/12 km.
A barreira dos 4 km era, sinceramente, uma questão de mindset. A forma física em que me encontro permite fazer isso — e muito mais — mas o corpo estava habituado aos 2 km diários.
A barreira dos 10/12 km, essa sim, era ainda mais mental. A primeira vez correu relativamente bem, mas a segunda já foi bastante mais difícil. Depois dessas duas tentativas, percebi o seguinte: se aos 5 km me sentir bem, o resto do treino flui naturalmente.
A estratégia que mudou o jogo
Para aumentar a probabilidade de sucesso, há cerca de um mês implementei uma nova abordagem: “enganar o corpo e a mente”. Dividi os treinos semanais da seguinte forma:
1/4 da distância total semanal – o mais rápido que conseguir;
1/2 da distância – a um ritmo médio;
a distância total da semana – a um ritmo confortável.
E a verdade é que resultou. Depois de um mês a seguir este modelo, noto uma evolução clara: correr depressa é difícil, mas correr devagar tornou-se relativamente “fácil”.
O que aprendi (até agora)
A maratona é um objetivo grande — e tem mesmo de ser difícil, não há outra forma. Mas se conseguir tornar o processo mais sustentável, mais prazeroso, e ao mesmo tempo construir uma base sólida que me permita sonhar mais alto… então não vou dizer que não.
Mais do que correr uma maratona, o meu objetivo é manter-me ativo para sempre. Quero continuar a ter grandes metas físicas e alcançá-las, mas sem sacrificar o corpo — nem a longevidade — no processo. Para isso, sei que é essencial manter clareza, ouvir o corpo, e ajustar o que for preciso ao longo do caminho. Se isso me permitir viver melhor, mais tempo e com mais energia, vale cada quilómetro.